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Cirurgia refrativa: qual o tempo de recuperação?

Se você tem a indicação de realizar uma cirurgia refrativa para tratar problemas como miopia, hipermetropia e astigmatismo, e finalmente ficar livre de óculos ou lentes de grau, saiba que se trata de procedimentos seguros, rápidos e com um tempo de recuperação mínimo.

Com os modernos equipamentos e técnicas cirúrgicas disponíveis hoje – como as cirurgias de correção a laser – é possível retomar a rotina normal já no dia seguinte ao procedimento (inclusive alguns tipos de atividades físicas).

Neste artigo vamos te mostrar os principais tipos de cirurgias refrativas, como funcionam e seu tempo de recuperação.

Boa leitura!

Quais as cirurgias refrativas mais comuns?

As técnicas cirúrgicas mais modernas e mais utilizadas atualmente são três: a PRK (ceratectomia fotorrefrativa), a LASIK (ceratomileuse local assistida por laser) e a SMILE (extração lenticular com pequena incisão).

Cada uma dessas técnicas significa uma evolução em relação à anterior, sendo a LASIK mais moderna que a PRK, e a SMILE com mais vantagens que as duas primeiras.

Independentemente da técnica utilizada, a recuperação das cirurgias refrativas costuma ser rápida e com alto índice de satisfação, mas cada tipo de procedimento tem suas diferenças, tanto nos equipamentos utilizados, quanto na técnica cirúrgica e também no tempo de recuperação, como veremos a seguir.

Qual o tempo de recuperação com o método PRK?

Considerada a primeira geração das técnicas de cirurgia a laser, a técnica PRK é a que tem o maior tempo de recuperação e o pós-operatório mais incômodo.

Nessa técnica, a membrana que recobre a córnea é raspada e removida, para depois ser aplicado o laser que fará a correção da refração. Ao final, é colocada uma lente de contato temporária, até a regeneração dessa membrana.

Essa remoção da membrana deixa a córnea mais exposta, e isso provoca incômodos extras e aumenta o tempo de recuperação. Veja a seguir:

  • A retirada da lente de contato temporária geralmente é feita após 5 a 7 dias.
  • O epitélio removido leva cerca de 1 ano para se regenerar. Durante esse tempo, o paciente deve evitar expor os olhos ao sol e fazer uso de óculos escuros nessas situações.
  • É normal os pacientes se queixarem de um pouco de dor após a cirurgia.
  • Nos primeiros 2 ou 3 dias, é comum a sensação de “areia nos olhos”, lacrimejamento e sensibilidade à luz.
  • Em geral leva de 5 a 7 dias para o paciente apresentar uma visão mais estável e confortável e retomar suas atividades. A recuperação total pode levar até 3 meses.

Qual o tempo de recuperação com o método LASIK?

Considerada um avanço em relação à PRK, a técnica LASIK é bem menos invasiva e, naturalmente, possui um tempo de recuperação mais reduzido.

Ao contrário da técnica anterior, em que a membrana da córnea é totalmente removida, na LASIK é feito apenas um corte na membrana, que depois é levantada para que o laser seja aplicado e corrija a refração.

A recuperação desta técnica é extremamente rápida e confortável. Veja a seguir:

  • No dia seguinte já é possível retomar as atividades normais, inclusive dirigir e praticar alguns tipos de atividades físicas.
  • A recuperação e cicatrização total ocorre em até 30 dias.
  • Quando é aplicada lente de contato temporária, ela é retirada logo no dia seguinte ao procedimento.
  • Não costuma causar qualquer tipo de dor após a cirurgia.
  • É comum os olhos ficarem avermelhados por cerca de duas semanas.
  • Os óculos de sol são indicados somente até redução da sensibilidade à luz.
  • Também pode provocar sensação de “areia nos olhos”, lacrimejamento, sensibilidade à luz, mas de forma menos intensa que na PRK.

Qual o tempo de recuperação com o método SMILE?

A última geração das cirurgias refrativas a laser, a técnica SMILE é vista como uma reinvenção do procedimento, já que é realizada sem precisar remover ou recortar a membrana da córnea.

Funciona assim: o laser é aplicado – através de uma minúscula incisão – para criar uma pequena lente (lentícula) entre a membrana e o epitélio, o que vai alterar o formato da córnea, corrigindo o problema de refração.

Esta técnica traz algumas vantagens na recuperação e no conforto após a cirurgia:

  • Sintomas mais leves que nos métodos anteriores.
  • Praticamente elimina a sensação de olho seco (comum nas outras técnicas).
  • Como a córnea não é exposta ao ambiente externo, como nos outros métodos, há menos risco de contaminação ou infecção, antes e depois da cirurgia.
  • A retomada das atividades pode se dar já no dia seguinte.

Vou precisar usar curativos nos olhos?

Não, você não vai usar curativos ou tampões durante o pós-operatório.

Mas como nas técnicas PRK e LASIK é recortado ou removido o epitélio, exposta a córnea e depois colocada uma lente de contato provisória, toda essa manipulação cirúrgica requer que você tenha cuidado para evitar atritos, contaminações ou mesmo coçar a região.

Como será o acompanhamento pós-operatório?

O acompanhamento oftalmológico é obrigatório, já que o especialista precisará avaliar de perto a resposta do paciente ao procedimento.

O primeiro retorno geralmente ocorre no dia seguinte ao procedimento, quando geralmente é retirada a lente temporária colocada durante a cirurgia, no caso da técnica LASIK.

As demais consultas serão realizadas geralmente após uma semana, um mês e três meses. Caso seja necessário, outras consultas poderão ser solicitadas pelo seu médico.

Que resultado posso esperar com a cirurgia?

Um dos aspectos mais incríveis desse tipo de cirurgia é que o paciente já pode notar a diferença na qualidade da visão logo após o procedimento, porém o nível de melhora imediata varia de pessoa para pessoa.

Os resultados obtidos com o procedimento cirúrgico, em geral, são permanentes. Em casos esporádicos, pode haver a necessidade de nova realização, porém, nesses casos, a técnica será ainda mais tranquila do que da primeira vez.

Quais as possíveis complicações?

As cirurgias refrativas a laser são procedimentos bastante seguros. E tomando os devidos cuidados pós-operatórios, dificilmente você sofrerá com complicações.

Porém, algumas queixas mais raras podem ocorrer, especialmente nas técnicas PRK e LASIK, que têm uma ação mais invasiva sobre a córnea:

  • Hipercorreção: em casos raros, pode ocorrer uma correção acima do esperado.
  • Hipocorreção: também rara, pode ocorrer correção abaixo do esperado.
  • Olho seco: diminuição da produção de lágrimas, sendo necessário o uso de colírio.
  • Brilho noturno: sensação de círculos ao redor dos focos luminosos.
  • Haze corneana: cicatrização irregular na superfície corneana.

Trata-se de casos bastante raros, cujos riscos não se comparam a todos os benefícios que o paciente obtém com a cirurgia. Além disso, com a técnica SMILE, por não haver uma ação direta do laser sobre a córnea, esses riscos tornam-se praticamente nulos.

Falando em complicações, algumas condições contraindicam a realização da cirurgia, como processos inflamatórios ou infecciosos nos olhos, doenças autoimunes, diabetes, glaucoma, herpes ocular ou ceratocone. Mas a última palavra será sempre do seu médico.

Quais cuidados devo ter após a cirurgia?

Alguns cuidados são importantes para não atrasar o tempo de recuperação e evitar complicações.

Entre os principais está evitar traumas ou contato direto com a região operada, bem como expor os olhos a possíveis contaminações, como mergulho em piscinas, banheiras ou no mar.

A leitura e o uso de computador devem ser realizados de forma moderada num primeiro momento, mas, a depender da sua tolerância, no dia seguinte você já estará liberado para leituras.

De acordo com a liberação do seu médico, é possível até dirigir já no dia seguinte.

Recomenda-se, na primeira semana, evitar espuma de sabonete ou shampoo nos olhos. Além disso, é indicado o uso de óculos escuros com proteção UVA e UVB.

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Dr. Lucas Tavares Faria

Dr. Lucas Tavares Faria é natural de Belo Horizonte, filho de Oftalmologista e descendente da primeira Óptica da cidade. Especialização em Oftalmologia e o fellowship de retina clínica e cirúrgica realizados no Centro Oftalmológico de MG, vem se dedicando ao tratamento clínico e cirúrgico das afecções oculares com foco nas cirurgias de Catarata, Retina e Refrativa.

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