Um erro comum dos pais é achar que os exames de visão só devem ser feitos na idade escolar. Na realidade, bebês podem nascer com doenças que têm a capacidade de comprometer a visão de forma permanente. Em alguns casos, esses problemas aparecem após algumas semanas de vida. Para garantir um crescimento saudável, o acompanhamento com o oftalmologista pediátrico é essencial.
Toda criança nasce com os órgãos ainda em desenvolvimento. Com os olhos não seria diferente: o recém-nascido só vê vultos. Ao longo dos primeiros meses que se adquire a capacidade de distinguir pessoas e objetos.
Continue a leitura e entenda a importância do acompanhamento com um oftalmologista pediátrico.
Como é a atuação do oftalmologista pediátrico
Um oftalmologista pediátrico, também conhecido como oftalmopediatra, é um especialista nos cuidados com os olhos de crianças. Esse profissional passa por um período extenso de estudo para compreender como ocorre o desenvolvimento da visão. Isso inclui aprofundar o conhecimento em doenças que só aparecem na infância.
Outro diferencial desse profissional é o tratamento especial dado aos pequenos. Um exame de visão pode causar agitação e até medo em crianças mais jovens. Para fazer diagnósticos precisos, é necessário ter os equipamentos adequados e uma abordagem bem atenciosa.
Como é feito o acompanhamento do bebê
O primeiro exame de visão deve ser feito na maternidade: o teste do reflexo vermelho, mais conhecido como teste do olhinho. Esse procedimento tem o objetivo de identificar variações no olho de bebê e, geralmente, é repetido algumas vezes durante o primeiro ano de vida da criança. Por meio desse exame, é possível diagnosticar doenças como a catarata pediátrica e o glaucoma congênito.
Ainda na maternidade, também deve ser feita a prevenção da oftalmia neonatal, uma infecção que pode ocorrer no momento do parto, mas que é facilmente remediada. Outro problema identificável nas primeiras semanas é a obstrução do canal lacrimal, cujo principal sintoma é o lacrimejamento excessivo. Caso você identifique esse sinal, procure um oftalmologista pediátrico imediatamente.
Alguns fatores afetam a frequência do acompanhamento do recém-nascido. O principal é a prematuridade, que pode interromper o desenvolvimento do olho do bebê. Nesses casos, há o risco de desenvolver a retinopatia de prematuridade: uma doença grave que causa cegueira se não for tratada.
Além disso, o histórico dos pais e os exames do pré-natal devem ser analisados. Caso haja predisposição a desenvolver alguma doença ocular ou se houve alguma infecção (por exemplo, rubéola ou toxoplasmose) durante a gestação, pode ser necessário fazer um acompanhamento mais intensivo.
Em geral, o acompanhamento é feito uma vez a cada 3 ou 6 meses durante os primeiros 2 anos de vida. A cada consulta, o oftalmologista pediátrico analisa a aparência dos olhos e verifica se o desenvolvimento da visão está de acordo com o esperado com algumas situações:
- A criança reage a luz?
- O bebê acompanha pessoas e objetos que se movem ao seu redor?
- A criança pisca os olhos normalmente?
- O bebê tenta alcançar objetos próximos dos seus olhos?
Como é feito o acompanhamento da criança
Para crianças com a visão saudável, o acompanhamento é feito anualmente após os 2 anos de idade. A partir de então, são usados outros testes para avaliar a capacidade de visão da criança.
O oftalmologista pediátrico vai usar os equipamentos do consultório para analisar as áreas internas do olho. Por meio de lanternas e lentes, será feita uma avaliação minuciosa de como o olho do pequeno reage a luz. Para realizar esses procedimentos, é muito comum fazer o uso do colírio para dilatar a pupila, o que pode gerar um desconforto para a criança.
Além disso, testa-se a capacidade da criança de acompanhar objetos com os olhos e de identificar imagens a diferentes distâncias. Essa é uma das formas de identificar miopia, hipermetropia e astigmatismo. Geralmente, é possível identificar a hipermetropia mais cedo, pois a principal causa do problema é o olho ser menor do que o normal.
Outro exame muito comum é o de oclusão. Ele consiste em tampar cada olho de forma alternada. Se a visão for pior em um dos olhos, pode haver ambliopia, uma doença grave com a capacidade de prejudicar permanentemente o desenvolvimento da criança.
Além do acompanhamento anual, vale lembrar que se a criança apresenta problemas de aprendizado, dores de cabeça frequentes, dor nos olhos ou dificuldade de enxergar objetos, considere marcar uma consulta com o oftalmologista pediátrico imediatamente. Esses são os sinais mais comuns de problemas de visão em crianças.