A catarata é uma das doenças oculares mais comuns relacionadas ao envelhecimento e que atinge uma região do olho chamada cristalino, responsável por focar os raios de luz no lugar correto do olho, e que pode ser substituído por lentes intra-oculares após a sua opacificação (catarata).
Para executar bem tal função, o cristalino deve ser transparente, evitando, assim, qualquer retenção de raios de luz que desconfigurem a imagem que está recebendo — se tiver alguma alteração na transparência dessa estrutura ela pode gerar um transtorno considerável na vista.
A catarata faz com que cristalino se torne cada vez mais opaco, o que causa uma visão embaçada e reduz a nitidez das cores e da qualidade da visão das pessoas acometidas por essa condição. Porém, essa doença pode ser facilmente revertida com cirurgia, em que o cristalino é substituído por uma lente-intraocular específica para cada caso.
Assista agora mesmo nosso vídeo instrutivo sobre as lentes intra-oculares para a catarata:
Discutiremos a seguir os aspectos dessa cirurgia e os tipos de lentes intraoculares que podem ser utilizadas. Confira:
A microcirurgia de catarata
Esse é um dos procedimentos cirúrgicos mais executados em todo o mundo. Além de ser muito simples, ele é realizado com o auxílio de um microscópio que permite gerar resultados muito satisfatórios para a vida do paciente, podendo, até mesmo, corrigir o grau do astigmatismo, da miopia ou da hipermetropia.
A cirurgia é extremamente precisa e utiliza uma técnica denominada facoemulsificação, em que instrumentos miniaturizados são introduzidos no globo óptico, fazendo incisões mínimas com a finalidade de fragmentar o cristalino — como já contamos acima, ele será substituído por uma lente intra-ocular que imita a sua função. Para isso, diversos cálculos matemáticos são feitos para que ele se adapte perfeitamente ao seu olho, fazendo com que o trajeto do raio de luz dentro do seu globo ocular seja analisado e a lente intra-ocular possa ser confeccionada sob medida.
Como descobrir qual a lente intra-ocular ideal para os meus olhos?
Serão necessários alguns exames que ajudam a identificar e diagnosticar qual o melhor tipo de lente intra-ocular para a sua cirurgia de catarata. Dentre eles estão:
- Topografia ou Tomografia de Córnea;
- Retinografia ou Mapeamento de Retina;
- Ultrassonografia ocular;
- Ecobiometria Ocular ou IOL Master;
- Microscopia Especular de Córnea;
- Acuidade Visual a Laser (PAM).
Os tipos de lentes intra-oculares
Antigamente, a principal distinção dizia respeito à maleabilidade da lente que poderia ser rígida ou flexível.
Lentes rígidas
As lentes de contato rígidas têm sido evitadas, pois, por necessitarem de grandes incisões e não serem auto-selantes, o procedimento é mais complicado, e usa suturas (pontos) para manter a vedação da área operada.
Além disso, o pós-operatório é complexo e a recuperação mais lenta. Complicações também podem ocorrer, como o surgimento de astigmatismo decorrente do desvio de luz causado pelos pontos. O paciente poderá também ter que passar a usar óculos após ter realizado a cirurgia — sem contar também com o alto risco de infecção.
Lentes flexíveis
Por conta da tecnologia bem mais avançada, as lentes flexíveis têm sido a escolha preferencial dos oftalmologistas. Para facilitar a inserção no olho do paciente, elas podem ser dobradas, contribuindo para que a incisão seja menor e que não tenha a necessidade de pontos. Esse tipo de lente ajuda também na correção de outros transtornos de focalização que o paciente tenha antes de realizar a cirurgia.
As lentes flexíveis podem ser: monofocais tóricas ou não-tóricas; multifocais tóricas ou não-tóricas e acomodativas. Conheça um pouco mais sobre as particularidades de cada uma delas:
Lentes intra-oculares Monofocal Não-tórica
São as melhores lentes intra-oculares para quem não possui astigmatismo corneano considerável. Ela é também a lente mais antiga e mais utilizada. Costuma ser indicada principalmente para correção de miopia baixa, hipermetropia de até 6 graus e astigmatismo de até um grau, melhorando o foco da visão apenas para longe. Após a cirurgia, o paciente necessitará de óculos para perto inevitavelmente.
Lentes intra-oculares Monofocais Tóricas
São indicadas para pacientes com astigmatismo corneano acima de 1 grau. Consideradas um avanço relativamente recente da oftalmologia, essas lentes têm diferentes curvaturas calculadas para corrigir o astigmatismo corneano, que não pode ser corrigido com as monofocais tradicionais.
Assim, é possível reduzir significativamente a dependência dos chamados “óculos para longe”. É uma tecnologia importada, utilizada para corrigir médios/altos graus de astigmatismo. Assim como na lente intra-ocular monofocal não-tórica, o paciente inevitavelmente necessitará de óculos para perto após o procedimento.
Lentes intra-oculares Multifocais Tóricas ou Não-tóricas
São consideradas as mais modernas, pois tem dois pontos de focos distintos, para longe e para perto — elas são ideais para pacientes que queiram corrigir os problemas de visão para longe e perto ao mesmo tempo.
O paciente necessitará da lente intra-ocular tórica quando o seu astigmatismo corneano for médio ou alto. Para astigmatismos pequenos, opta-se pela lente intra-ocular multifocal não-tórica.
Com esses dois tipos de lentes intra-oculares, o paciente consegue em mais de 90% dos casos se “livrar” do uso de óculos após a cirurgia de catarata, tornando-o independente para enxergar objetos de longe e perto sem nenhum tipo de correção óptica (óculos).
Lentes intra-oculares Multifocais Acomodativas
Esse tipo de lente intraocular multifocal tenta imitar a fisiologia e a anatomia naturais do cristalino ao simular o movimento de acomodação dele, no qual o músculo ciliar movimenta a lente, realizando a adaptações de focalização tanto para longe quanto para perto.
Resultado da cirurgia: Melhoria na Qualidade de vida
O implante dessas lentes permite que o paciente volte a executar as suas atividades cotidianas normalmente, como ler livros, dirigir e praticar esportes.
Muitas lentes, ainda, vêm com proteção contra raios UV, o que permite uma proteção extra contra os efeitos nocivos dessa radiação tão temida. Portanto, se você sentir que sua visão está se tornando turva e perceber o embranquecimento do seu cristalino, não fique com medo. É provavelmente uma condição reversível, que pode ser solucionada rapidamente de maneira muito eficiente.
Caso surja qualquer sinal ou você perceba algum sintoma que esteja afetando a sua visão, procure um oftalmologista para que ele possa indicar a melhor solução para seu problema.